sábado, 12 de julho de 2014

REDUTO CIRCULAR DE MONSANTO


Foi levantado no ponto mais elevado da serra de Monsanto um Reduto circular que era como uma cidadela e obra central do Campo Entrincheirado de Lisboa.

Colecção particular

O Reduto era de alvenaria e a sua área tinha mais de 40 metros de diâmetro. Era formado por três andares com igual número de baterias que se comunicavam entre si por uma escada em caracol no centro do Reduto. Cada uma das baterias era de abóbada, e tudo coberto por uma cúpula em betão à prova de bomba, sobre a qual corria uma banqueta de onde se podia fazer fogo de armas ligeiras e até morteiros. A primeira, ou superior, era de fogos directos, a imediatamente abaixo era de fogos indirectos e a última só tinha por finalidade desalojar o inimigo, quando por meio de minas ou outro qualquer género de meio tivesse conseguido apoderar-se da galeria da contra-escarpa que circundava o fosso do Reduto.

A comunicação da contra-escarpa com o fogo central do Reduto fazia-se por baixo do fosso por uma galeria subterrânea, na direcção de um dos diâmetros da obra. Na contra-escarpa situavam-se os quartéis para a força que podia comportar cerca de 400 homens ou mais.

Colecção particular


O Reduto era cercado por largo fosso com mais de 10 metros de largura e a comunicação daquele para o campo exterior executava-se por meio de uma ponte levadiça. No interior da fortaleza existia uma cisterna que comportava 600m3 de água. Guarneciam o Reduto peças de 9, 12 e 15cm e diversas metralhadoras.

O Reduto estava flanqueado por quatro obras fortificadas, lunetas, que eram: à direita do Cabeço do Mouro, seguindo-se para a esquerda a do Alto da Argolinha, a terceira a do Cabeço da Atalaia e a última, da esquerda, a do Alto do Capela ou dos Quartéis. Estas quatro obras avançadas com o Reduto e o resto do Campo Entrincheirado formavam como que um “arco de círculo de fogo”, desde o Tejo até Benfica, podendo ainda bater a campanha para além da linha de Sacavém, entre a encosta da Luz e a Alta-Chã, junto à Porcalhota.

As suas obras iniciaram-se no dia 30 de Dezembro de 1863 e terminaram dez anos depois, foram, durante todo este período, dirigidas pelo Coronel de Engenharia Caetano Pereira Sanches de Castro que viria a ser depois Ministro da Guerra por volta de 1881.

Colecção particular

Aquando da sua activação o Reduto de Monsanto foi classificado como Praça de Guerra de Primeira Classe, por Decreto de 1901 passou a denominar-se “Forte Marquês de Sá da Bandeira”.

Após o fim da Primeira Guerra Mundial (1918) foi extinto o Campo Entrincheirado e o forte perdeu a sua função militar, contudo já era presídio militar, depois de desactivado passou a prisão civil, sendo actualmente o estabelecimento Prisional de Monsanto, tendo a classificação de Estabelecimento Prisional de Segurança Máxima.


Coorden. do texto e imagens de: marr

terça-feira, 20 de maio de 2014

VELHOS ESTANDARTES XX


BANDEIRA MILITAR

 DA

REPÚBLICA


A Bandeira Nacional é bipartida verticalmente em duas cores fundamentais, verde escuro e escarlate, ficando o verde do lado da tralha; ao centro, e sobreposto à união das duas cores, tem o escudo  das Armas Nacionais orlado de branco, assentando sobre a esfera armilar manuelina em amarelo e avivado a negro.

O comprimento da bandeira é de vez e meia a altura da tralha. A divisória entre as duas cores fundamentais deve ser feita de modo que fiquem dois quintos do comprimento total ocupados pelo verde, e os três quintos restantes pelo vermelho. O emblema central ocupará metade da altura da tralha, ficando equidistante das orlas superior e inferior.


(colecção particular)


Nas bandeiras das diferentes unidades militares, que são talhadas em seda, a esfera armilar, em ouro, é rodeada por duas vergônteias de loureiro também em ouro, cujas hastes se cruzam na parte inferior da esfera, ligadas por um laço branco, onde, como legenda imortal, se inscreve o verso camoneano: esta é a ditosa Pátria minha amada.

A altura da bandeira é de 1,20m e o comprimento de 1,30m; o diâmetro exterior da esfera tem 0,40m; a distância entre o diâmetro da esfera e a orla inferior da bandeira é de 0,45m.»


Armas Nacionais da IV Dinastia e da República
(colecção particular)
Texto e ilustrações:marr

VELHOS ESTANDARTES XIX


BANDEIRA MILITAR
DE
D. MARIA II A D. MANUEL II



As bandeiras acham-se montadas em hastes, ferradas pela parte inferior e tendo na superior uma lança. São confeccionadas em seda bicolor, de azul e branco, partidas verticalmente, tendo no centro uma coroa fechada, e na parte inferior um escudo. No meio e em fundo branco, encontram-se assentes as cinco chagas, de cor azul e em torno do fundo branco existe um campo encarnado em que assentam os sete castelos de ouro.

(colecção particular)
 Circundando o escudo, existem duas palmas que cruzam inferiormente num ponto, do qual se acha pendente, por meio de um laço, uma cruz; pela parte inferior do escudo existe uma fita ou listel branco em que se coloca a legenda com o nome da unidade. Em cada ângulo da bandeira existe uma coroa fechada, tendo pela parte inferior, enleadas as letras iniciais do nome da pessoa reinante. 

Junto à extremidade da bandeira, que une à lança, encontra-se uma gravata  com as cores da gola e dos canhões da farda do regimento a que pertencia.

Nota: Todas as partes de que se compõem as armas reais, são de seda circundada de cordão do mesmo tecido e bordados a retalho.

Era este o modelo, base, das bandeiras utilizadas desde o reinado de D. Maria II até ao fim da Monarquia, com algumas pequenas alterações sem grande significado.

Texto e ilustrações: marr

domingo, 26 de janeiro de 2014

VELHOS ESTANDARTES XVIII

ESTANDARTE DO CORPO DE GUIAS

D. PEDRO IV

D. Pedro IV
Com uniforme de Coronel de Caçadores 5
(Colecção particular)


Por força do Decreto de 18 de Outubro de 1830, a bandeira Nacional passou a ser bipartida verticalmente de branco e azul, ficando esta última cor junto à haste e as Armas Reais colocadas no centro da bandeira, metade sobre cada uma das cores.
Decreto de 18 de Outubro de 1830  -   Documento da época
(Colecção particular)

Pequeno apontamento histórico:

O Corpo de Guias, foi criado pelo mesmo Decreto da organização do Exército Expedicionário à Ilha Terceira em 25 de Março de 1832.

O seu comando, durante a defesa do porto, em 1832, esteve a cargo do Coronel graduado João Nepomuceno de Macedo. Na defesa do dia 29 de Setembro desse mesmo ano, o Corpo de Guias distinguiu-se carregando o inimigo de uma forma admirável e enérgica.
Companhia de Guias - Porta estandarte
(Colecção particular)

Na sortida das Antas tomou parte um esquadrão de guias, na coluna comandada pelo Coronel Schwalback.

Na sortida de Monte Crasto, entrou com vinte cavalos, na força de cerca de mil e quatrocentos homens sob o comando do Imperador.
Hino Imperial-Constitucional
Documento da época
(Colecção particular)





Na defesa das Linhas do Porto, de 24 de Março de 1833, trinta oficiais deste Corpo, com oitenta lanceiros e vinte e nove Voluntários Nacionais de Cavalaria, fizeram frente a três esquadrões de cavalaria inimiga que vieram cobrir a retirada da sua infantaria, mas não chegaram a travar combate.





Hino Constitucional  -  Documento da época
(Colecção particular)










Foi este Corpo extinto pelo Decreto de 3 de Abril de 1833, por faltarem oficiais para os regimentos de cavalaria de linha. deste Corpo, fizeram parte oficiais muito distintos, os quais foram louvados pelo "zelo e actividade" com que se comportaram e pelos "serviços" que prestaram, "dando constantes prova de fidelidade"












"O Arquivo Popular" N.º 8 de 24 de Fevereiro de 1838
(Colecção particular)



Texto e ilustrações: marr